Laurita Maria Felix Krenak

Laurita Maria Felix Krenak

Laurita Maria Felix Krenak nasceu em uma reserva indígena, mais especificamente no local chamado Corgo do Cacau, na região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Quando ela tinha cerca de oito anos, seu pai foi levado para a comunidade Maxakali, e a família teve que se mudar para lá enfrentando dificuldades como fome e falta de recursos, nesse período a irmãzinha de Laurita faleceu com dois anos de idade devido a doenças devido às condições precárias.

Em busca de uma vida melhor, a família decidiu retornar a pé para sua região de origem, e eventualmente se estabeleceram em Valadares. Durante esse período, Laurita e sua família passaram por várias idas e vindas, morando em diferentes lugares, incluindo Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Ela cresceu em meio à luta do seu povo pela demarcação de terras e enfrentou os impactos negativos da construção da Usina Hidrelétrica de Aimorés, que resultou no deslocamento forçado de sua comunidade.

Laurita Krenak se tornou uma importante porta-voz dos Krenak e dedicou sua vida à defesa dos direitos indígenas e à luta pela preservação ambiental, participando ativamente de movimentos e organizações indígenas, buscando promover a conscientização sobre as questões indígenas e ampliar o diálogo entre as comunidades indígenas e a sociedade brasileira. Além disso, Laurita atuou na denúncia dos impactos negativos de atividades industriais e de infraestrutura nas terras indígenas e no meio ambiente, defendendo a importância da preservação dos recursos naturais e da valorização dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas para a construção de um futuro mais sustentável.

 A luta pela demarcação das terras indígenas foi uma constante na vida de Laurita Maria Felix Krenak e de sua comunidade, enfrentando a resistência de fazendeiros locais e as dificuldades para acessar suas terras tradicionais. Laurita também foi reconhecida internacionalmente por seu trabalho, participou de eventos e conferências em diferentes países, por meio de lutas e mobilizações e encontraram maneiras de recuperar parte de suas terras e estabelecer uma nova realidade para o povo Krenak.

 

Fonte: 

Entrevista com  Laurita Felix. Entrevistadores: Juliana Ventura de Souza Fernandes, Marco Túlio Antunes Gomes, Paulo Afonso Moreira e Pedro Berutti Marques. Data: 23 de março de 2017.  Disponível em:

http://www.comissaodaverdade.mg.gov.br/

Natyseño: trajetória, luta e conquista das mulheres indígenas. / Conselho Nacional de Mulheres Indígenas – CONAMI (organizador) Belo Horizonte : FALE/UFMG , 2006. Disponível em:

http://www.letras.ufmg.br/