Teia, 24 de julho de 2016.

Do Encontro da Teia Indígena para o Governo do Maranhão

Carta ao Governo do Estado do Maranhão

Nós, Povos indígenas Krepym Kateje, Krenyê, Gavião, Krikati, Guajajara, Gamela, Tremenbé, Moquibom reunidos no Encontro da Teia Indígena, na Créh Geralda Toco Preto, território Krepym Kateje, nos dias 22, 23 a 24 de julho de 2016, vimos a público:

1- Repudiar a posição do governo do estado do maranhão referente a luta do Povo Krepym Katejepelo Direito a Educação, Escolas Indígenas de qualidade dentro das nossas aldeias suprindo todas as necessidade de uma educação eficaz, não somos criminoso. A ação do povo foi e é lutar por Direito e não praticar crime. Esclarecemos ao governo do estado e outros órgãos públicos, o ato de convidar três pessoas da educação a ficar conosco foi porque nós estamos totalmente desassistidos e apesar de nossas cobranças quase nada foi feito nos governos anteriores e no governo atual, não temos escolas de qualidade… nossas cobranças estão amparadas na Constituição Federal;

2- Repudiamos a afirmação do governo do estado de que há inconsistências entre os números de alunos informados pelas nossas lideranças e o censo escolar, e nós jamais impedimos nenhuma equipe de educação de desenvolver suas atividades nas nossas aldeias, que sempre buscamos diálogos e transparência, sem sucesso. Nós Krepym nunca tivemos a oportunidade de dialogar com governador atual nem os dos governos anteriores;

3- Esclarecemos que no Brasil e no Maranhão, onde pagamos muitos impostos… as melhorias são mínimas no geral. Precisamos que governador fale com todos os povos. Por que o governo não fala com todos os Povos?

Denunciamos que os direitos do Povo Krepym Kateje continuam sendo violados pelo governo anterior e atual, neste território as escolas continuam sucateadas e nas escolas nossas atendem até o quarto ano sem oferecer condições digna aos alunos, sem professor bilingue nem auxílio; não recebem salários porque estado fechou nossas vagas de bilíngue. Precisamos de escolas de qualidade, merenda de qualidade. Foi preciso o povo se levantar e gritar: educação de qualidade é um direito e um dever de todos receber!

 

Fonte: https://racismoambiental.net.br/2016/08/02/indigenas-do-maranhao-prometem-manifestacoes-por-demandas-da-educacao-escolar-diferenciada/