Quem é Aruã Pataxó

Aruã Pataxó é indígena do povo Pataxó nascido em Prado, na Bahia. Ele é pós-graduado em Gestão Pública, psicoterapeuta e terapeuta holístico e atualmente é presidente da Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá do Extremo Sul da Bahia (FINPAT). Gerdion Santos do Nascimento, como também é chamado o cacique, tem forte atuação política, tendo sido eleito como membro do Comitê Central no 15º Congresso do PCdoB, e vereador pelo município de Santa Cruz Cabrália, e entende a participação dos povos indígenas na política como essencial: “A minha presença no Comitê Central do PCdoB nos dá condições de […] Fazer a defesa dos direitos indígenas para executar e consolidar as políticas públicas nas comunidades indígenas e povos originários. E o mais importante será concretizar os próprios indígenas em sua representação elaborando e orientando a política indigenista nacional”. 

Em 2008 o cacique foi criminalizado pela Justiça Federal e Ministério Público Federal em Eunápolis por participar de um protesto em conjunto com outros indígenas. Eles ocuparam a sede do Instituto Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) em Porto Seguro e Aruã posteriormente recebeu uma sentença de um ano e quatro meses em regime aberto por “invasão de prédio público e cárcere privado”, porém Aruã defendeu que o protesto foi legítimo, e afirmou que sofreu uma injustiça. A participação em protestos e manifestações escritas são maneiras que Aruã atua na luta a favor dos direitos dos povos indígenas, movimentando escritos e manifestações para que os interesses dos povos originários não mais sejam ignorados.

Uma das cartas escritas por Aruã foi assinada individualmente por ele em suas funções como Cacique da aldeia Indígena Pataxó da Coroa Vermelha e como Presidente da Federação das Nações Pataxó e Tupinambá do Extremo Sul da Bahia. Nela ele parabeniza a conquista dos povos indígenas da Bahia em terem posto um indígena no comando da Saúde Indígena do Estado, e afirma que o ato demonstra protagonismo e autonomia para os povos. Ademais, suas palavras marcam a importância da escrita de cartas, ao falar que antes os indígenas possuíam apenas o poder da voz, mas que agora possuem o poder da caneta. As correspondências são necessárias não apenas como meios de manifesto, mas também de registro da movimentação política do Brasil.

A segunda carta escrita por Aruã é de agosto de 2013, e é endereçada principalmente à então presidenta Dilma Rousseff. Nela ele conta a situação de insegurança que diversos povos se encontram, sofrendo diversas invasões e violências, e o ativista se coloca como porta-voz de uma causa defendida por tantos de seus parentes: “essa população vem sendo massacradas e expulsas das terras tradicionais, subjugados as decisões dos tribunais muitas vezes acusados de invasores, subversivos e tantos outros termos preconceituosos que se opõem em reconhecer que os Povos Indígenas são os precursores da História deste país”.

 

Para saber mais sobre Aruã Pataxó, consulte:

https://revistaafirmativa.com.br/pre-candidato-a-deputado-estadual-cacique-arua-pataxo-fala-sobre-desafios-e-principais-demandas-para-os-povos-indigenas-na-bahia/

https://campanhaindigena.info/project/cacique-arua/

https://acervo.socioambiental.org/acervo/noticias/cacique-arua-pataxo-e-criminalizado-por-defender-direitos-indigenas-na-bahia