Graciliana Wakanã

Graciliana Selestino Wakanã, que nasceu na cidade de Palmeira dos índios, especificamente na aldeia fazenda canto, é uma das referências da trajetória dos povos indígenas no Estado de Alagoas e na região Nordeste.

Em seu trabalho, Graciliana valoriza muito a difusão e o desenvolvimento das questões de gênero e de afirmação da mulher  dentro das comunidades indígenas. Além disso, é muito importante destacar que ela defende uma metodologia que põe em pauta o tensionamento da forma como as ideias de gênero são trabalhadas fora da comunidade indígena, com o objetivo de encontrar uma adaptação destas às dinâmicas de convivência, religiosidade e autoridades indígenas. Tudo isso para encontrar uma convivência harmônica e justa entre os povos originários.

Além de Militante dos direitos dos povos indígenas e defensora da afirmação feminina indígena, ela é amante da filosofia e desenvolve trabalhos na área de saúde. Atualmente é técnica em enfermagem do povo Caeté e auxiliar de enfermagem na Secretaria Especial de Saúde indígena/SESAI.

“A intenção é promover o intercâmbio de experiências nesse momento festivo que só o Carnaval trás, e o bicentenário tá envolvendo todos os povos e raízes alagoanas; não só os indígenas, mas os negros também”

No trecho desta entrevista concedida ao portal de notícias Agência Alagoas, em 2017, é possível ver outro ideal defendido por Wakana, a interculturalidade. Ela acredita que o diálogo entre povos indígenas e não-indígenas pode ser benéfico na luta pela busca do respeito e da igualdade. 

Como exemplo de defesa deste ponto de vista pode-se usar a participação dela e do povo Xucuru-Kariri nas festividades carnavalescas da capital Alagoana, em 2017, ano que se comemorou o bicentenário de emancipação política do estado de Alagoas. 

Em dias atuais ela segue trabalhando também como comunicadora e é possível encontrar várias de suas participações em diversos meios de comunicação, como: youtube, podcasts, sites e entre outras. Em suas falas, leva os ideais de valorização de cultura, vida e religiosidade indígenas. Além, claro, de defender veementemente as demarcações territoriais indígenas.