Maria Amaral

A filha anciã Dona Nivalda, Maria Valdelice Amaral de Jesus é indígena, cacique e liderança do povo  Tupinambá de Olivença, população que pode ser encontrada nos municípios de Ilhéu, Una e Buerarema. 

A postura de ativista vem muito da situação conflituosa e violenta a qual o seu povo amarga, devido a localização geográfica marcada por um forte processo de ruralização. Por isso, em uma pesquisa rápida e superficial é possível encontrar o nome de Maria Valdelice vinculado a alguns processos acerca de sérias questões fundiárias entre indígenas e fazendeiros, no sul da Bahia. 

Essas questões vêm das constantes movimentações físicas e jurídicas pela demarcação das terras de seu povo, Tubinambá de Olivença. 

Pelo mesmo motivo, a luta ativista pela salvaguarda dos direitos indígena, a cacique Tupinambá é alvo de um dos mais violentos mecanismos de ataque às lideranças indígenas, a criminalização. Valdelice chegou a ser presa em 2011, sob acusações de invasão aos territórios ocupados por grandes fazendeiros da região.

Para realçar a importância da demarcação territorial, ela levanta um ponto de discussão entre trabalho e identidade cultural. Para ilustrar esse pensamento ela relata a situação problemática entre empregabilidade de pessoas indígenas em contextos não-indígenas e a manutenção da tradição e dos costumes, e explica que a demarcação territorial é muito mais do que só uma questão fundiária, e sim a garantia de vida e bem viver das gerações passadas, desta e das próximas, haja vista que obrigar um indígena a se afastar de suas tradições devido a empregabilidade é uma ação extremamente violenta.

Desde o advento da pandemia da covid-19, no início de 2020, e principalmente devido à necessidade do isolamento social e de uma série de restrições como forma de combate ao vírus, a população Tupinambá de olivença encontrou sérias dificuldades para manter sua existência, haja vista que eles tiram o seu sustento da confecção e venda do artesanato.

E mais uma vez a cacique se faz presente na defesa de seu povo. Desta vez Maria foi às redes sociais explicar a situação vivenciada por seu povo e pedir doações para que fosse possível manter a existência de sua tribo.

Atualmente ela se mantém no trabalho de salvaguarda na defesa da vida e dos direitos dos povos indígenas e apresenta  atitudes que funcionam como um reflexo que revela importantíssima  postura dessa mulher, cacique e liderança indígena que responde por Maria Valdelice Amaral de Jesus. 

 

As Cartas de Maria Amaral