Sandra Benites é uma ativista, pesquisadora, curadora artística e educadora indígena do povo Guarani Nhandewa nascida em 1975. Ela é da Terra Indígena Porto Lindo, localizada no município de Japorã, no Mato Grosso. Sandra dedica sua vida ao ativismo sobre questões do povo Guarani e outros povos indígenas, e ao avanço da educação indígena nas aldeias. Além disso, fala sobre a vivência, principalmente de mulheres Guarani, e é uma potente voz para a visibilidade de seu povo.
No âmbito da educação, ela atuou como professora entre 2004 e 2012 em uma escola Guarani e também auxiliou a prefeitura de Maricá, Rio de Janeiro, com assessoria pedagógica. Em 2017 ela concluiu seu curso em licenciatura intercultural indígena na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), dando o enfoque de sua pesquisa às necessidades específicas das crianças Guarani na educação. Ela é mestre em antropologia social pelo programa de pós-graduação do Museu Nacional e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde também pesquisou educação indígena, e em seu doutorado, iniciado em 2019, também seguia a mesma linha.
Em seu trabalho como curadora artística ela integrou, entre 2016 e 2018, a equipe da curadoria do Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) atuando no projeto “Dja Guata Porã: Rio de Janeiro Indígena” juntamente com os curadores Pablo Lafuente e Clarissa Diniz, e o professor José Ribamar Bessa Freire. Mais tarde, em 2019, ela se tornou curadora adjunta do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), tendo sido a primeira mulher indígena a ocupar o cargo de curadora de uma instituição de arte do Brasil. Seus projetos artísticos procuram incluir, em coletivo, o povo Guarani, visto que a participação de seus parentes é essencial para a “descolonização do olhar curatorial”.
Além disso, Sandra Benites também possui vínculos e demonstra apoio a coletivos indígenas, principalmente os que lutam pelos direitos das mulheres. Entre 2010 e 2013 foi militante com um grupo de mulheres indígenas da Associação Indígena Guarani e Tupinikin (AIGT), sediada em Aracruz, e nele representou sua aldeia e, ademais, também se associou, até 2020, com o Instituto Saberes dos Povos Originários – Aldeia Jacutinga. Sandra Benites exercita seu ativismo também nas cartas; em sua carta escrita em 2022 juntamente com Clarissa Diniz, ela escreve para Alfredo Egydio Setubal, Heitor Martins e Adriano Pedrosa, Presidente do Conselho Deliberativo, Diretor Presidente e Diretor Artístico do Museu de Arte Assis Chateaubriand, MASP, respectivamente. Nela, elas respondem uma nota publicada pelo MASP e falam sobre o pedido de demissão de Sandra Benites frente ao cancelamento de projetos indígenas por parte do museu e outras questões que dizem respeito às relações de trabalho vividas por ela.
Para saber mais sobre Sandra Benites, consulte:
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa641364/sandra-benites