Nascida em 1950, Eliane Potiguara – poeta, contadora de histórias, professora, escritora, mãe e avó – atua em diversas frentes de luta pelos direitos dos povos indígenas. Formada em Letras e em Educação Ambiental pela Universidade Federal de Ouro Preto, Eliane é indígena Potiguara, escritora, poeta, professora e se destaca na atuação humanitária na luta pelos direitos dos povos indígenas. Fundadora do Grupo Mulher-Educação Indígena em 1988, foi também nomeada uma das “Dez Mulheres do Ano de 1988” e indicada para o projeto internacional Mil Mulheres Para o Prêmio Nobel da Paz, abrangendo diversas esferas em sua atuação, desde a promoção dos direitos humanos e indígenas até a literatura e a educação.
Eliane Potiguara foi criadora do primeiro Jornal Indígena e Boletins conscientizadores e cartilha de alfabetização indígena no método Paulo Freire com apoio da Unesco, organizou encontros e cursos relacionados à saúde e direitos reprodutivos das mulheres indígenas, Co-fundou o Comitê Inter-Tribal 500 Anos (kari-oka) em 1992, durante a Conferência Mundial da ONU sobre Meio-Ambiente. Sua atuação foi reconhecida internacionalmente, com participação em diversos fóruns e eventos, incluindo a Conferência Mundial contra o Racismo na África do Sul em 2001 e um fórum sobre Povos Indígenas em Paris em 2004.
Ao longo da sua trajetória de vida Eliane Potiguara conquistou importante espaço na luta pelos direitos indígenas, e em 1990 se tornou a primeira mulher indígena a conseguir uma petição no 47º Congresso dos Índios Norte-Americanos, no Novo México, para ser apresentada às Nações Unidas. A partir desse momento, ela se envolveu ativamente na elaboração da “Declaração Universal dos Direitos Indígenas” na ONU, em Genebra.
Além de ativista, Eliane Potiguara é autora de diversos livros e poemas que abordam temas relacionados à identidade indígena, ao feminismo, à espiritualidade e à resistência cultural. Entre suas publicações estão os livros “A Terra é a Mãe do Índio” (1989), que foi premiado pelo PEN CLUB da Inglaterra, “Metade Cara, Metade Máscara” (2004) que já está em sua terceira edição, e livros voltados para o público infantil como “O Coco Que Guardava a Noite” (2012), baseado em uma lenda karajá, e “O Pássaro Encantado” (2014).
Ocupando diversos espaços através da luta pelo reconhecimento das reivindicações dos povos indígena na preservação cultural e na conquista de direitos, em dezembro de 2021, Eliane Potiguara recebeu o título de doutora “honoris causa” pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em reconhecimento às suas realizações e segue atuando no ativismo em diferentes esferas da sociedade.
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