Quem é Ailton Krenak

Ailton Krenak é um ativista, ambientalista, escritor e líder indígena nascido em 29 de setembro de 1953 em Minas Gerais, na região do Médio Rio Doce, onde cresceu e em constante contato com a natureza, e aprendeu a entender a terra como a mãe que é. Ailton permaneceu em seu local de nascimento até a adolescência; aos 17 anos, se mudou para o Paraná com sua família, onde foi alfabetizado aos 18 anos e se tornou jornalista e produtor gráfico. Por volta de 1980, já em sua vida adulta, Ailton passou a dedicar seus estudos e sua vida ao ativismo e ao movimento indígena, articulando ações e organizações em prol dos direitos dos povos indígenas. Em 1985 fundou o Núcleo de Cultura Indígena, ONG localizada na Serra do Cipó (MG), e em 1986 teve sua participação garantida na Assembleia Nacional Constituinte para a formulação da Constituição Brasileira de 1988.

 

Sua participação na Assembleia Nacional Constituinte, em setembro de 1987, foi extremamente marcante pelo discurso que proferiu. Nele, o ativista pintava todo o rosto com tinta de jenipapo enquanto discursava sobre o longo histórico de violências sofridas pela população indígena e o constante retrocesso nos direitos do povos indígenas em benefício do poder econômico de alguns: “O povo indígena tem regado com sangue cada hectare dos 8 milhões de quilômetros quadrados do Brasil. Os senhores são testemunhas disso”. Graças ao trabalho de Ailton e outros ativistas indígenas, a Constituição de 1988 conta com um capítulo sobre direitos indígenas, o que possibilita que ações que ferem esses direitos sejam questionadas e julgadas.

 

Ainda na década de 1980, Ailton Krenak fundou a União das Nações Indígenas (UNI), que procurava unificar reivindicações indígenas, continuando assim seu trabalho de ativismo no movimento indígena. Por conta de seus longos anos de luta na preservação dos direitos indígenas sobre suas terras, línguas, culturas e vidas, Ailton se tornou uma das mais conhecidas lideranças indígenas, não apenas como ativista, mas também como escritor. Em 2020 ganhou o Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano, oferecido pela União Brasileira de Escritores. Publicou livros como “Ideias para adiar o fim do mundo” (2019), “A Vida Não é Útil” (2020) e “O amanhã não está à venda” (2020), e é autor de uma das cartas do livro “Cartas para o Bem Viver” (2021). 

 

Mais recentemente, Ailton Krenak retornou à sua aldeia no Vale do Rio Doce, junto ao seu povo. Prossegue sendo um importante representante na luta pelos direitos dos povos indígenas, principalmente do Povo Krenak, que tiveram seu território atingido pelo rompimento da barragem de Mariana, em 2015. Nos últimos dois anos, têm sido voz importante na luta pelo reconhecimento e visibilidade dos impactos que a pandemia da COVID-19 tem nas comunidades indígenas, como pode-se observar em seu livro O amanhã não está à venda, onde faz reflexões sobre a insustentabilidade do capitalismo e seu impacto à natureza, à vida humana (principalmente a vida dos povos indígenas), e à mãe terra. 

 

Para saber mais sobre Ailton Krenak, consulte: 

 

https://believe.earth/pt-br/ailton-krenak-os-frutos-do-discurso-que-comoveu-o-pais/

 

http://www.panaceiablog.com.br/perfil-do-curador-ailton-krenak/

 

https://www.revistas.usp.br/gis/article/view/162846