Estamos em luto e em luta.
Sabemos que existe aqui em Jacareacanga, o aumento de tráfico de drogas, consumo de álcool exagerado e aumento de assaltos e assassinatos, aumento da prostituição e da exploração sexual de crianças. Toda essa violência é por causa dos garimpos, dos portos, e das barragens que já foram feitas.
Toda essa violência é porque os pariwat estão entrando com suas doenças e ganancias em nosso território. Estão se juntando com nossas meninas e levando elas para outros municípios e até cidades e os órgãos dos pariwats que deviam proteger as crianças não fazem nada.
Antes nosso irmão Lelo Akay, Nete boro, Marly Borõ, com 19 anos, foi estuprada, espancada e morta violentamente; depois do Lelo morreram mais parentes sem respostas da justiça : Geiziane Kaba e por último e também vítima de assalto nesse mesmo mês, Elinaldo tome Akay. Quantos Munduruku vão precisar morrer para que respeitem nosso território e nossos direitos?
Após da morte do nosso parente Lelo Akay, em 22 de junho de 2012, o governo do Estado do Pará, o antigo secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social LUIZ FERNANDES ROCHA, juntamente com governado do estado Simão Jatene receberam uma comissão dos indígenas onde se comprometeram com o povo Munduruku de nos ajudar combater tanta violência nesse município. Até hoje, em 2018, a maioria dessas promessas não foram cumpridas.
Queremos que nosso povo seja capacitado, pelo menos 10 munduruku para trabalharem com segurança e apoio a Família do parente falecido. Nós estamos aqui denunciando juntamentes com as familiares dos assassinados e agora estamos na cidade de Jacareacanga manifestando contra toda essa violência contra o povo Munduruku e população de Jacareacanga.
Queremos resposta da investigação do incêndio onde o nosso irmão morreu queimado Renato poxo 04 de agosto 2017 .
Não somos inimigos da cidade, mas queremos justiça pela violência contra nós. Porque a internet, nos blogs e no face tem falado mentiras contra o Movimento, e não falam dos pariwats que mentem, roubam e matam nossos parentes.
Queremos respostas urgentes dos autoridades de seguranças publica do estado pará.
Queremos saber o que as autoridades vão fazer?
Atenciosamente,
Movimento Ipereg Ayu