25 de agosto de 2010
Sirs,
Alexei Barrionuevo, in his article about Brazil’s Belo Monte Dam (August 15, 2010) simply has his facts wrong about indigenous resistance to this disastrous mega-project. We represent a large number of indigenous tribes from the Xingu River Basin whose livelihoods and rights will be gravely affected by the Belo Monte Dam, in violation of the Brazilian constitution and international law.
Despite what Mr. Barrionuevo claims, at the regional meeting of indigenous people held last week in Altamira, Pará, (at which Mr. Barrenuevo was not present) a unanimous and unequivocal decision was taken by representatives of the Juruna and Arara tribes threatened by the Belo Monte dam, in conjunction with indigenous leaders from throughout the Brazilian Amazon, to continue the struggle against the construction of the Belo Monte Dam. The struggle of indigenous peoples against large hydroprojects on the Xingu River started over 30 years ago under the leadership of Chief Raoni of the Kayapó people, who vowed at last week’s meeting to continue working to stop the Belo Monte Dam. In fact, last week’s meeting was pivotal in strengthening an alliance between indigenous peoples and riverbank communities and small farmers in order to intensify the fight against Belo Monte.
In the future, it would behoove your paper to ensure that your reporters actually talk to the indigenous leaders whose positions you are purporting to represent, rather than relying on second or third-hand information.
Marcos Apurinã
General Coordinator
Coordination of Indigenous Organizations of the Brazilian Amazon – COIAB
Sônia Guajajara
Deputy Coordinator of COIAB
Coordination of Indigenous Organizations of the Brazilian Amazon – COIAB
Sheyla Yakerepi
Leader, Juruna Indigenous People of the Big Bend of the Xingu
Prezados senhores,
O jornalista Alexei Barrionuevo, em sua matéria sobre a hidrelétrica de Belo Monte no Brasil (15 de agosto de 2010) cometeu equívocos sobre a resistência indígena a este mega-projeto desastroso. Nós representamos um grande número de etnias indígenas da Bacia do Xingu, cuja sobrevivência e cujos direitos serão gravemente impactados pela usina de Belo Monte, violando a Constituição brasileira e vários acordos e convenções internacionais.
Diferente do que afirmou o senhor Barrionuevo, no encontro indígena que ocorreu na última semana em Altamira, Pará (no qual o jornalista não esteve presente), foi tomada uma decisão unânime e inequívoca por lideranças locais dos povos Juruna e Arara ameaçados por Belo Monte, e outras 31 etnias indígenas de toda a Amazônia, de continuar na luta contra a construção da usina. A resistência das populações indígenas contra grandes projetos hidrelétricos começou há 30 anos sob liderança do cacique Raoni Metuktire, do povo Kayapó, que afirmou no encontro de Altamira que continuará combatendo Belo Monte. De fato, o evento da última semana reafirmou e fortaleceu a aliança entre indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores na luta contra Belo Monte.
Na próxima oportunidade, gostaríamos que os senhores assegurem que os seus jornalistas realmente falem com as lideranças indígenas e não se baseiem em informações de segunda ou terceira mão.
Marcos Apurinã
Coordenador Geral da COIAB
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB)
Sonia Guajajara
Vice-Coordenadora da COIAB
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB)
Sheyla Yakerepi
Liderança indígena do povo Juruna
Fonte:
https://acervo.racismoambiental.net.br/2010/08/25/coiab-envia-carta-de-protesto-ao-new-york-times/