21 de outubro de 2016.

Da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (ARPINSUL) para a FUNAI e a SESAI

Continuam forçando a militarização da Funai, além disso a corte radical orçamentário mostra a intensão de desmonte e sufocamento do órgão e das ações indigenistas.

A portaria 1.907/16 do Ministério da Saúde, desta semana, que tira autonomia da SESAI e sucessivamente dos distritos, é sem dúvida a tal “municipalização da Saúde Indígena” que em outro momento de mobilização dos Povos Indígenas o governo mentiu para nós dizendo que não iria acontecer isso.

Sim, podemos afirmar que o golpe que estão armando contra os Povos Indígenas é real e intencional.

Infelizmente, alguns parentes “isoladamente organizados” estão acreditando que sair na defesa do general para assumir a Funai é uma “força indígena”. Não percebem que o governo está usando deles legitimar suas barganhas e usurpação dos nossos direitos e avanços da política indigenista.

A reação deve ser unânime contra este golpe na Funai e na SESAI e não deixar que desmobilizem e desarticulem o movimento e as organizações legitimamente indígenas com essas mentiras estratégicas.

Esses golpistas não estão olhando para nossa história de luta e conquista, entre essas, a constitucional, apenas para o propósito neodesenvolvimenta desse governo.

Supressão e retrocessos de direitos é o “projeto de calamidade social” dessa atual conjuntura.

O papel da Apib e suas organizações de base, entre elas a Arpinsul é intermediar o diálogo do movimento e suas lideranças com as instâncias políticas, organizar e promover as estratégias de luta e resistência sócio política do movimento indígena, defender incondicionalmente os direitos indígenas e promover o etnodesenvolvimento.

Nesta ocasião, esta organização de forma consciente e concomitante com as organizações indígenas parceiras manifestamos nossa disponibilidade de agir e reagir contra esses e qualquer outro golpe e retrocesso que atingir ou afligir nossos Povos.

Continuamos firmes com nossa posição alheia a esta conjuntura política e suas sequências tentativas de acabar com a Funai, com a Sesai, de suprimir os avanços na Educação e outros diversos direitos sociais.

Somos absolutamente contra:

– a militarização da Funai;

– a recolonização religiosa dos Povos Indígenas;

– os cortes e reduções orçamentárias para ações indigenistas;

– a portaria 1.907/16 do Ministério da Saúde;

– a municipalização da saúde indígena.

Arpinsul

Fonte: https://racismoambiental.net.br/2016/10/22/nota-da-arpinsul-contra-o-golpe-na-funai-e-na-sesai/

 

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