Terra Indígena Guarani 11 de maio de 2010
Povos Indígenas de Carmésia
Somos filhos da etnia Pataxó oriundos do sul da Bahia e através da nossa história, somos filhos da Aldeia barra Velha do Município de Porto Seguro.
Hoje estamos em Minas Gerais com uma longa tragetória. São 508 anos de luta e temos conhecimento de uma autonomia. É devido a esse conhecimento que queremos que as autoridades reconheçam nosso pedido de urgência da nossa comunidade para um desenvolvimento cultural, para ter dignidade de sobrevivência do nosso povo. A nossa terra atual está ficando cada vez menor tendo em vista que 70% do território é montanhosa, acidentacia e improdutiva para lavoura, considerando também que a mesma é toda fracionada. A área plana é praticamente sem espaço e sofremos grandes perdas das nossas matas com queimadas e em conseqüència com o desaparecimento de caças, das águas e de matéria-prima para a confecção do artesanato que é o nosso meio de subsistência, por isso queremos intercedere e pleitear junto às autoridades governamentais no sentido de adquirir uma nova terra para a nossa comunidade, e assim trabalharmos as longas décadas para melhorar a condição de vida para nossos filhos, haja vista que é de costume do Povo Pataxó que é lutar e caminhar em busca de espaço, quando não se sente bem em um determinado lugar.
Queremos que o governo do nosso estado reconheça nosso pleito como causa de sobrevivência, por passamos por sérios conflitos em nossa comunidade que vem a cada dia acirrando cada vez mais, e por isso que pedimos as autoridades governamentais, que é responsável pela cidadania do povo brasileiro e a União porque sabemos que em suas mãos estão várias terras em devoluto e queremos que vocês nos doem uma dessas terras, para o grupo Pataxo do Cacique Bayara da Aldeia Alto das Posses, no Municipio de Carmesia que deseja sair de problemas conflitantes da nossa aldeia, portanto desejamos que as autondades atendam nosso pedido mais urgente possivel, porque nossa situação está gravissima e não queremos viver nesse conflito.
Nós indigenas Pataxó do grupo Cacique Bayara, estamos buscando meio de sobrevivência para podermos criar e ensinarinos aos nossos filhos os nossos costumes, ou seja, revitalizar a cultura indigena. Em 1951 sofremos uma espoliação do nosso costuine e povo, fazendo com que viéssemos habitar em Minas Gerais. Nosso territorio nacional sabe que a terra é atribuida aos indios e pedimos às autoridades que ouça nosso pedido.
A Funai local está passando por um período conturbado e queremos o apoio das autoridades juntamente a ela para nos ajudamos, nos dando autonomia para agir com o Governo Federal e o Estado que nossas necessidades sejam atendidas para que possamos desenvolver o nosso trabalho e oferecer melhores condições de vida aos nossos filhos, isso porque sabemos que nosso pais busca um desenvolvimento melhor, é por essa situação que queremos um novo espaço em um outro lugar para vivermos melhor, porque não estamos mais agüentando tantos problemas na nossa comunidade e temos o objetivo que é trabalhamos e vivemos em paz.
Sabemos que há parques que possam ser doados pelo governo e queremos que nos venha a conceder um desses parques, e assim vocês podem ter certeza que preservaremos e cuidaremos com muito carinho. Eu Cacique Bayara, juntamente com meu povo pedimos com urgência que atendam nosso pedido porque a situação é grave. São quatorze familias que querem uma vida melhor, e não viver um futuro incerto e cheio de preocupações.
No dia 15 de dezembro, Bayara Braz, Riredi Braz e Sekuai Braz, estivemos reunidos com Aline Tristão Bernardes (Diretora das Areas protegidas), para que o Instituto Estadual de Florestas nos ajudasse com uma reserva para um desenvolvimento cultural para ter dignidade e sobrevivência do nosso povo. Durante a reunião a Aline nos ofereceu 3300 hectares do Parque Rio Correntes. Segundo ela parte desse parque está degradada e por está muito degradado não teria finalidade. Portanto sua proposta foi doar essa terra para a Funai ou tornar essa terra como Area de Desenvolvimento Sustentável para esta recuperando esse local.
Nós ficamos muitos interessados na proposta oferecida de buscarmos melhoria tanto para nos como para o IEF, porque nesse parque existe um invasor que está usufruindo e destruindo esse território. A sua proposta foi garantir que a terra seria nossa, assim que a Aceló passasse a documentação de reintegração de posse para o IEF regularizada e a saida do fazendeiro. O fazendeiro disse que só sai de lá se for indenizado.
Dois meses depois a diretoria do IEF nos reuniu novamente nos informando que a Aline havia renunciado de cargo passando todo o processo para a atual coordenadora Andia dando continuidade na proposta.
Anadia estudou todo o caso e nos informou que só demoraria por causa do georeferencial que é caro e porque o IEF não tinha recurso naquele momento e até hoje não tomou nenhuma iniciativa.
O problema é que essa proposta já vai fazer dois anos e a cada reunião que é realizada as coisas só dificultam dizendo que vão mesmo doar essa terra, mas o tempo só vai passando e a Funai que poderia nos dar maior apoio não está nos ajudando nessa parceria.
Tendo essa reserva, pretendemos buscar ajuda através de projetos para:
- Novas moradias
- Um centro cultural (para resgatarmos nossa cultura)
- Piscicultura
- Reflorestamento
Sabemos que esse teritório já foi mata nativa e está bastante degradado atualmente e queremos trabalhar firmemente para preservarmos atraves de novas plantações nas áreas degradadas.
Portanto queremos que a Funai como órgão federal nos apoie nessas questões e a funasa trabalhe junto com o projeto com apoio na saúde.