Mato Grosso, 1993.

Da Comunidade Tapirapé para os brasileiros

APOIO PARA RECONHECIMENTO E DEMARCAÇÃO DA ÁREA URUBU BRANCO DO POVO TAPIRAPÉ

LOCALIZADO NOS MUNICÍPIOS DE CONFRESA – PORTO ALEGRE DO NORTE – SANTA TEREZINHA 

NO ESTADO DE MATO GROSSO – BRASIL  

 

“A comunidade TAPIRAPÉ tem vontade de ir no Urubu Branco, essa área os mais velhos nunca esqueceram porque primeiro nossos antepassados habitavam lá, naquela aldeia tinha muita gente e vivia sempre feliz. As aldeias também eram muitas. Naquela região os Tapirapé conhecem quase tudo. Então os velhos não querem se esquecer daquela serra e não querem deixar as fazendas destruir os cemitérios dos avós, irmão pai, mãe que estão enterrados lá. Então nós estamos lutando por aquela terra, para voltar naquela terra de novo. 

Porque aquela terra não foi vendida pelos Tapirapé, eles vieram abandonando aquela terra é só por causa da guerra do Kaiapó, se a guerra passava o índio Tapirapé queria voltar de novo na aldeia Tapi’itawa, mas como só sobrou 40 pessoas não tinham coragem para voltar.

Então o governo aproveitou e vendeu para as fazendas e agora ele está falando que os índios Tapirapé estão querendo invadir o Urubu Branco. Mas não é, não é porque Tapirapé estão querendo invadir o Urubu Branco. Estamos querendo é voltar naquela terra, onde primeiro nossos antigos moravam. Nós Índios precisamos da terra, não para estragar as matas, não é para vender a terra depois de conseguir a demarcação, lutamos para conseguir a terra para vivermos e produzir os alimentos para salvar as famílias. Agora os fazendeiros ficam invadindo a terra do índio e quando tomam a terra do índio fica um pouco de tempo e depois vendem para outros fazendeiros, depois vendem para outro e a terra vai sendo vendida para todo mundo. Os índios nunca venderam uma terra para fazendeiros, nunca invadiram a terra da fazenda. Só lutam por causa da terra quando querem voltar naquela terra que é deles”. Carta escrita por Josimar Tapirapé em nome da comunidade Tapirapé. 

 

AFIRMAMOS NOSSO DIREITO Á NOSSA TERRA DE URUBU BRANCO

Fazemos nossa o fim das conclusões ao documento final da Mobilização dos povos e organizações indígenas que se reuniu em setembro de 1993: “Solicitamos, ainda, a todos os setores civis organizados do país e entidades internacionais a se aliarem e divulgarem as nossas lutas, no sentido de garantir os nossos direitos já conquistados, bem como, no apoio e recuperação de nossas terras perdidas e revisão das terras demarcadas insuficientemente para a sobrevivência dos povos.” Luziânia-Brasília 15/09/93 

Hoje por causa da revisão da Constituição há muitas forças lutando contra a demarcação das terras indígenas, por isso precisamos que todos intensifiquem as pressões em favor da DEMARCAÇÃO de nossa terra de URUBU BRANCO.

PEÇAM ESSE RECONHECIMENTO E DEMARCAÇÃO ao governo brasileiro. 

enviando cartas ou telegramas ou fax ou abaixo-assinados 

ao MINISTRO DA JUSTIÇA   Esplanada dos Ministérios BIT-Z 

Fax: 061.321 51 45                Cívico Administrativo. 700065-900 BRASÍLIA DF BRASIL 

ao Presidente da FUNAI     SEUP SUL 702 PI A Ed Lex 3º andar. 70330 BRASÍLIA DF BRASIL 

Modelo de texto que pode ser utilizado: “Pela certeza da legitimidade desta luta, que é confirmada pela Constituição Federal no Art 231, estamos apoiando as ações solicitadas pelo povo Tapirapé e com eles pedimos o reconhecimento e demarcação das terras de Urubu Branco situadas nos municípios de Confresa, Porto Alegre do Norte e Santa, Terezinha no Estado de Mato Grosso” 

Endereços de Contato: 

Comunidade Tapirapé – Aldeia Tapirapé 78650 000 Santa Terezinha MT Brasil 

Irmãzinhas de Jesus CP 05. 78650 000 Santa Terezinha MT Brasil 

Articulação Tupi do Norte – Antampama travessa Nina Ribeiro 254 São Braz CP12097 – 66 090 970 Belém Pará

 

Fonte: https://acervo.socioambiental.org/acervo/documentos/apoio-para-o-reconhecimento-e-demarcacao-da-area-urubu-branco-do-povo-tapirape

Original: 1993 Apoio para o reconhecimento e demarcacao da area Urubu Branco do povo Tapirape

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