Carta-solicitação das comunidades Guarani-Kaiowá do tekoha Itay-Douradina-MS.
Nós comunidades Guarani-Kaiowá do Itay, vimos através desta carta solicitar investigação do fato de ataque genocídio de ex-policial à comunidade da terra indígena Itay-Panambi em conflito, no momento em que nós comunidades fomos obrigados nos defender do ataque de tiros-balas de ex-policial.
Infelizmente, nesse ataque genocida do ex-policial, um indígena foi atingido pela bala e autor de tiros ex-policial saiu também ferido e faleceu a caminho do hospital. Em decorrência desse fato, um indígena ferido João da Silva foi preso, antes de receber atendimento médica, ficou preso com ferimento na cabeça.
No dia 16 de abril, a esposa do João da Silva fez visita rápida ao João na cadeia/Polícia Civil em Dourados, foi dada só três minutos para a esposa falar com esposo. Na ocasião, o João da Silva ferido e preso se queixou à esposa da dor do ferimento que ele não tem recebido assistência médica na cadeia, que o João está doente na cadeia.
Comunicamos que a esposa e filhos (as) do João da Silva começaram a sofrer a ameaça de morte. No dia 21 de abril de 2013, às 22h00min, na entrada da área de Itay, um dos parentes do João foi cercado e pego por grupo armado, ainda bem que esse parente do João da Silva saiu correndo e escapou com vida da mão do grupo armado que está ameaçando as comunidades, querendo queimar as nossas ocas/casas. Os integrantes do grupo levaram a bicicleta do parente do João da Silva.
Além disso, nós comunidades estamos sendo investigados pela Polícia Civil de Dourados-MS que consideramos que essa investigação não é correta.
A princípio, vamos deixar claro a todos que nós comunidades Guarani-Kaiowá estamos lutando pela recuperação de nossas terras tradicionais Itay-Panambi. Só por isso estamos aqui no acampamento Itay, sofrendo e ameaçada de morte coletiva. Por conta da nossa luta pela terra tradicional que estamos sofrendo ataque genocida, somos ameaçados de morte coletiva, atacado e maltratado na terra Itay-Panambi em conflito. Estamos permanentemente ameaçados de genocídio sim.
À noite, há um grupo armado estão rondando as nossas barracas, por isso o clima continua tenso aqui na área Itay em conflito, recebemos notícia que qualquer um de nossas comunidades será assassinado pelos fazendeiros, assim o risco de novo confronto e ataque genocida à comunidade Guarani-Kaiowá é iminente.
Por essa razão, retornamos a pedir com urgência a presença da segurança da Polícia Federal, Força Nacional e Comissão de Direitos Humanos na comunidade do acampamento do Itay. Aguardamos com urgência a posição das autoridades federais para proteger-nos comunidades Guarani-Kaiowá ameaçada de morte coletiva pelos fazendeiros da região de Douradinas do Cone Sul de Mato Grosso do Sul.
Atenciosamente,
Comunidades da tekoha Itay-Douradinas-MS.
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