Aldeia Pindaíba Território do povo Xakriabá, São João das Missões MG, 07 de Setembro de 2012.
Nós jovens, mulheres, lideranças, professores, Diretores e caciques do Povo Xakriabá, das aldeias Morro Vermelho, Rancharia, Pindaíba, Forges, Itacarambizinho, Olhos D’ Água, Sumaré I, Sumaré III, Barreiro Preto, Caatinguinha, Brejo Mata Fome, Vargem, Pedra redonda, Morro Falhado, Dizimeiro, Custodio, Riacho dos Buritis, Pedrinhas, Poções e os Parceiros e Aliados Conselho Indigenista Missionário, Diocese de Januaria, APAAC, CONAB, CONSEP, debatemos e refletimos vários temas, entre eles o protagonismo da mulher em sua comunidade, os desafios dos jovens na atualidade, as experiências de sustentabilidade ambiental no território Xakriabá e principalmente o processo de luta pela terra.
Após esses dois dias de profundas e ricas reflexões, nós, povo Xakriabá, constatamos através dos encaminhamentos tirados a difícil situação vivenciada por nós comunidades indígenas na atual conjuntura política que o Governo Federal e seus poderes, principalmente o Executivo, tem direcionado a nós Povos Indígenas do Brasil.
Dentre os vários ataques aos nossos direitos queremos aqui manifestar em especial nossa insatisfação e indignação sobre o fato de nosso direito de nos organizamos de maneira diferenciada em nossas comunidades esta sendo questionada. Sendo assim Denunciamos:
- A imposição do estado de exigir dos nossos profissionais de saúde, a concorrer a concursos Publico;
- A imposição do estado de interferir na efetivação da Educação diferenciada que temos garantido na constituição Federal;
- A SESAI que não nos atende com uma saúde de qualidade;
- A insistência do governo federal e setores anti-indígenas na efetivação da portaria 303 e a PEC 215.
Manifestamos nosso repúdio a estas determinações, pois o que o Governo Federal e secretarias deveriam esta percebendo é que o atendimento a nossa saúde e educação estão totalmente sucateadas. A SESAI não nos atende como deve e a Secretaria de Educação do estado juntamente com o MEC, não nos respeita como deveria enquanto Povos que tem Organização e Educação diferenciada.
Estas situações abrem sérios precedentes no sentido de nos retirarem nossa autonomia e direito de nos organizarmos segundo nossos costumes, tradições e crenças.
Diante de tudo que foi relatado pedimos sobretudo que nos respeitem enquanto povos milenares deste País e retirem de maneira imediata estas definições, que julgamos absurda e despeitosa, já que a carta magna desta nação nos garante o direito de nos organizamos segundo nossos costumes crenças e tradições.
Organização de Mulheres, Jovens, Professores, Diretores, Lideranças e caciques do povo Xakriabá