Manaus - Amazonas, 25 de setembro de 1985

Da AUCIRT para Roberto Alexandre

Associação da União da Comunidade Indigena do Rio Tiquié (UCIRT)
Comunidade de Pari Cachoeira 

AO DR. ROBERTO ALEXANDRE
ADVOGADO 

Assunto: PROCESSO

           – Em nome da Comunidade: Indígena PARI-CACHOEIRA, no municipio São Gabriel da Cachoeira, Estado do Amazonas.
           Estamos encaminhando este processo ao Senhor, os seguintes informações que aconteceu entre em mês de Outubro 84 a Setembro 1985. 

           1º – Pari-Cachoeira, está lutando as revindicções de terra desde em 1974, e conseguimos a delimitação de terra, através da Fundação Nacional do Indio (FUNAI) Portaria Nº 546/N, de 29 de Janeiro de 1979, em oficialmente.
           Assinada por Presidente/FUNAI ISMARTH DE ARAUJO OLIVEIRA.

           2º- Comunidade Indígena Pari-Cachoeira, através dos Indios Srs. Américo Maranhão e Gabriel dos Santos Gentil, reconhecendo área era muito, pequeno tivemos que acrescentar aumentando para ser maior.
           No dia 10 de Novembro de 1983 em Pari-Cachoeira, Oficio Nº — 10/83, encaminhamos para (2) dois auturidades importante da nossa confiança.
           Ao Exmo Senhor Governador do Estado do Amazonas.
          Gilberto Mestrinho.
           DD. Presidente, Fundação Nacional do Indio
           Otávio Ferreira Lima.

           Aí aconteceu um desastre o Governador Gilberto Mestrinho era nosso amigo, de repente virou nosso inimigo não sabemos porque, depois nós soubemos ele era o maior interessado do minério que se encontrava na área indígena.
           Ao mesmo tempo que o Presidente da Funai Otávio Ferreira Lima, autorizou as empresas estatais de mineradoras que requerem-se nas área indígenas, é muito importante para nós Indios Tucanos e Dessanos Tuyucas que somos habitantes 4.753 pessoas atualmente pertencendo esta Comunidade.
           Quando foi no dia 20/09/84. Em Brasília foi aprovado o nosso pedido de acréscimo e desenhado uma mapa que antiga área ora 1,020 ha passou a ser hoje com uma área de 1.418 ha delimitada.
           Mas em mês de Outubro 1984, na Serra do Traíra surgio entre os indios moradores daquela região umas pesquizas em manuais, ao mesmo tempo onde nós indios tucanos Américo Maranhão e Gabriel dos Santos Gentil, fomos pedir um apoio ao Diretor do DNPM 8º Distrito em Manaus, Dr. José Belfort Basto dos Santos, êle nos atendeu com todo o prazer de alegria, aconselhou direitinho dizendo que indios tinhamos valôr os nossos direitos. Vimos estas agrados pela 2ª visita onde nós pedimos a ele a fazer um ANTE PROJETO PARI-CACHOEIRA, ele nos entregou dizendo o máximo que eu posso fazer é isso, agora falta recursos, este Ante- Projeto encaminhamos ao Governador Gilberto Mestrinho, até agora ele não nos atendeu, sempre vive dizendo que não tem dinheiro. Encaminhamos tambem a FUNAI em Brasília onde nós em 1984, conseguimos recursos de 10 milhões de Cruzeiros, para pesquizas,, de repente houve notícias que pessoal da Comunidade Indígenas de Taracuá e Pari-Cachoeira, estavam trabalhando ouro na Serra do Traíra, o DNPM 8º Distrito ficou doido. aperriado procurou as mapas: onde so: localizava Serra do Traíra, a verificou quem é requereu naquela área, as empresas como GOLDMAZON com o avião dela anteriormente já tinha sobrevoado e garimpando no RIO IÇANA, só fez mundar escala de vôo para Serra do Traíra transportando os garimpeiros. de Manaus, a São [G]abriel da Cachoeira, até chegar Serra do Traíra, em paralelo tambem entrândo os garimpeiros clandestinos brancos na área, houve maior correria os Funcionários do DNPM 8º Distrito em Manaus, entrando contato com as emprêssas que requereram naquela área com o pessoal de São Paulo S.P. para entrar contato com máximo possivel com o DNPM de BRASILIA que as firmas mineradoras
           PARANAPANEMA S.A. INDUSTRIA
            TABOCA.
           Os loucos os funcionários do DNPM 8º Distrito Manaus, trabalharam em paralelos. verificando nas mapas antiguíssima e não sabendo o que ultimamente a Comunidade Indígenas vem fazendo e desenvolvendo de repente com chuvas tipo temporal em mês de JULHO & AGOSTO 1985, liberaram ALVARÁS DE LICENÇA DE PESQUIZ AS com toda em grosseria o pessoal do DNPM e nervosos empresários das Firmas Paranapanema e Taboca sempre nos responde aquela área não é área Indígena ?.
Entregamos um OFICIO Nº 0045/85. AO DR. JOSÉ BELFORT BASTOS no dia 23 de Agôsto de 1985, em Manaus, pessoalmente.
           Com o grande interesse o Diretor José Belfort nos disse: eu vou atender este pedido considerando que aquela área não é área indígena se fosse área indigena eu dizia para vocês vai levar isso na Funai.
           Ultimamente retiraram os garimpeiros da Serra do Traíra, mas para ficar emprêsas a trabalhar.

           Revindicações:

           1) Ontem morreram indios daquela região na Serra do Traíra, os brancos garimpeiros das Firmas que mataram Paranapanema e Taboca queremos explicações causa da morte e justiça.
           2) Pedimos que não aceitamos o porcentagem do oferecimento das firmas: quando exploram ouro em nossas terras devido nós indigenas fomos desrespeitados por brancos inescrupolosos ante de entrar em área, deveria haver consulta ante de entrar mas como já houve mortes não queremos papo com nenhum branco das firmas a não sei diretamente o Governo Federal.
           3) Nos indios pedimos que cancela o Alvarás de licença de pesquizas urgente se não haverá mais conflitos entre os brancos indios, no momento quando nos recrutar todos os reservistas de 1º Categorias Militar que serviram no Exército em São [G]abriel da Cachoeira Am.
           4º) Já temos 159 Reservista indios pronto para escalar se não tomar as providencias urgentes.
           5) Esperamos que não repita mais considerando que a Serra do Traíra não é área indígena. e somos contra Alvarás de licença que liberou uma área de 155.000 ha de terra.
           6) Queremos a presença dos empresários da firma Paranapanema e Taboca, em Pari-Cachoeira, para explicar por causa das mortes e queremos idenização dos mortos.

Atenciosamente agradecemos a consideração.

AUCIRT

Fonte: https://acervo.socioambiental.org/acervo/documentos/carta-ao-advogado-roberto-alexandre-informando-sobre-situacao-das-terras-e-os

Original: 1985.09.25 Da AUCIRT para Roberto Alexandre

 

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